Chevrolet Cruze Sport6 RS é a nostalgia viva dos hatches médios

16/08/2022



 

 

Em 2020, o já convalido segmento de hatches médios perdeu a presença do VW Golf no Brasil. O modelo já era vendido somente na esportiva híbrida GTE e com número de emplacamentos reduzidos. Desde então, o Chevrolet Cruze passou a ser o único representante da categoria.

 

Agora, em 2022, o modelo começa a dar os últimos suspiros. Desde janeiro, o Cruze Sport6 é vendido somente na configuração RS, que deu toques esportivados ao visual do modelo, mas cortou itens importantes e é vendida atualmente por R$ 158.000.

 

No entanto, para quem aprecia uma boa dirigibilidade típica dos hatches médios, o Cruze RS pode ser uma boa pedida. Na verdade, se você fizer algumas concessões no que diz respeito aos equipamentos, ficará com gosto de nostalgia de um tipo de carro divertido, mas à beira da extinção.

 

Dirigibilidade é o ponto forte

 

Tradicionalmente, o hatches médios entregam boa dirigibilidade. A posição de dirigir é mais baixa, assim como a altura em relação ao solo. No Cruze RS, tudo isso está presente, por isso é até bom ter cuidado em valetas e lombadas.

 

Apesar da suspensão traseira com eixo de torção, o Chevrolet se comporta muito bem em curvas e garante boa estabilidade na estrada. Isso tudo sem sacrificar o conforto dos passageiros a bordo, uma vez que a suspensão pode ser considerada bem macia.

 

Mesmo não sendo um esportivo de fato, o Cruze RS ganhou acertos próprios de suspensão e direção. Esta, aliás, é bem direta e com progressão correta, facilitando a condução para o motorista. Faltam as aletas para trocas de marchas, que pode ser realizada manualmente na alavanca.

 

O desempenho não é de saltar aos olhos, mas o motor 1.4 turboflex de 153 cv e 24,5 kgfm é competente e garante boas arrancadas e segurança para ultrapassagens. O câmbio automático de seis marchas, de fabricação própria da GM, está bem escalonado e voltado para o conforto.

 

Dessa maneira, o torque é entregue de forma linear e pouco se escuta o motor trabalhar ou as trocas de marchas, exceto se o motorista pisar fundo. O consumo, segundo o Inmetro, é de 10,4 km/l na cidade com gasolina e até 13,3 km/l na estrada com o mesmo combustível. São bons números, ainda mais considerando a categoria de carros médios.

 

Motor: 1.4, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, turbo, flex, comando variável de válvulas de admissão e escape, injeção direta de combustível

Taxa de compressão: 10:1

Potência: 150/153 cv (G/E) a 5.200 rpm

Torque: 24/24,5 kgfm (G/E) a 2.000 rpm

Peso/potência: 8,7 kg/cv

Peso/torque: 54,3 kg/kgfm

Câmbio: automático com conversor de torque com 6 marchas

Tração: dianteira

0 a 100 km/h: 9 segundos

Velocidade máxima: 214 km/h[LF1]

Consumo Inmetro: Cidade 7 km/l (A) e 10,4 km/l (G) – Estrada 9,2 km/l (A) e 13,3 km/l (G)

 

Chevrolet Cruze Sport6 RS – Itens de série

 

Visual: faróis com projetor e luzes diurnas integradas, acionamento automático; faróis de neblina; lanterna em LED; luz traseira de neblina; rodas de liga leve aro 17 polegadas com acabamento diamantado e preto brilhante.

 

Conforto e acabamento: chave com sensor presencial; partida do motor por botão; travas elétricas; vidros com função “um-toque” e antiesmagamento; volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade; retrovisor eletrocrômico; retrovisores externos com rebatimento elétrico; ar-condicionado, bancos com revestimento em couro sintético na cor preta; teto em tom claro e banco traseiro bipartido.

 

Tecnologia: central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay com fio; sensores de traseiros e câmera de ré com gráficos.

 

Segurança: controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; monitoramento de pressão dos pneus; chamada para a emergência; assistente de recuperação em caso de roubo; seis airbags (frontais, laterais e de cortina) e alerta de não afivelamento dos cintos de segurança.

 

Bem acabado, mas menos equipado

 

O Cruze sempre teve um acabamento elogiado e na linha 2023 isso não mudou. Ele segue entregando materiais emborrachados nas superfícies do painel e peças bem encaixadas. Não encontramos rebarbas ou frestas maiores que o padrão.

 

No entanto, o visual geral do interior entrega a idade do projeto. O cluster tem uma pequena tela digital com uma quantidade boa de informações, mas pouco chamativa, enquanto os mostradores são analógicos.

 

Mas a grande decepção com o Cruze 2023, que na carroceria Sport6 é vendido somente na configuração RS, foi a perda de equipamentos. O modelo deixou de oferecer itens como assistente de permanência em faixa, monitoramento de pontos cegos, sistema de estacionamento automático, alerta de colisão e carregador de celulares por indução.

 

A lista de itens é até razoável, uma vez que há teto solar elétrico, seis airbags, chave presencial, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay, entre outros. Mas vale lembrar que os itens citados anteriormente já faziam parte da gama do Cruze, por isso a inevitável decepção.

 

Outro ponto que vale atenção é quanto ao espaço. Ele é muito bom para os ocupantes, mesmo no banco traseiro, uma vez que o assoalho é plano e o entre-eixos é de generosos 2.700 mm. No entanto, o porta-malas leva apenas 290 litros, menos que vários hatches compactos.

 

Dimensões: comprimento, 4.448 mm; entre-eixos, 2.700 mm; largura, 1.807 mm; altura, 1.484 mm; porta-malas, 290 litros; tanque de combustível, 52 litros; peso em ordem de marcha, 1.331 kg.

 

Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e disco sólido (traseira); diâmetro de giro, 10,9 m; vão livre do solo, 128 mm; ângulo de ataque, não divulgado; ângulo central, não divulgado; ângulo de saída, não divulgado.

 

Vale a pena comprar o Cruze Sport6 RS?

 

O Cruze RS é uma excelente opção para quem não quer um SUV. A sua dirigibilidade agrada quem gosta de dirigir e promete viagens em segurança e com muito conforto. Só não há tanto espaço para bagagens... É tudo que os hatches médios sempre entregaram.

 

Porém, seu projeto defasado e a falta de investimentos nesse segmento tornaram o modelo obsoleto em vários pontos, ainda mais após a Chevrolet depenar a lista de equipamentos.

 

Pelos quase R$ 160.000 pedidos pela marca, é possível escolher outros modelos mais modernos e bem equipados, e ainda suprir características como espaço e acabamento. Mas dificilmente você encontrará um acerto de direção tão prazeroso por esse preço.